Por Maria Amélia Vargas
Uma das iniciativas mais expressivas da atual gestão do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) foi a criação de uma Diretoria de Interior. Ao concentrar as demandas dos municípios que ultrapassam a Região Metropolitana em um grupo de trabalho específico, a entidade descentralizou a sua atuação jurídica e política para o enfrentamento de questões recorrentes nestas localidades.
Problemas como atrasos de pagamentos, necessidade de reformulações ou elaboração de contratos de trabalho, número reduzido de profissionais e violência cometida contra a categoria estão entre as principais queixas recebidas. O objetivo é garantir a autonomia profissional e as boas condições de trabalho aos médicos de todo o Estado.

Entre inúmeras denúncias de escassez de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), carência de profissionais e dificuldades nas escalas de trabalho, a pandemia também gerou outras dificuldades ao trabalho médico. A insuficiência de medicamentos para tratar pacientes com Covid-19 gerou a necessidade da interferência do Simers em cidades como São Gabriel, Soledade e Livramento.
Alguns casos de falta de recebimento de honorários se repetiram em diversas cidades do Estado. As ações do Simers, nestes casos, incluíram acordos com os administradores das instituições devedoras, judicialização e conversas com prefeitos e secretários de Saúde locais. Diante das intensas mobilizações da Diretoria de Interior, a categoria obteve vitórias importantes, como a quitação de dívidas a profissionais que atuam em Venâncio Aires, Santa Vitória do Palmar, Arroio dos Ratos, Pelotas e Camaquã.




Contratos de trabalho defasados ou inexistentes também são dificuldades enfrentadas com frequência pelos médicos do interior. Um exemplo foi a situação ocorrida na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento 24h) de Cruz Alta, quando o Simers conseguiu com que a prefeita do município, Paula Facco, se comprometesse a reavaliar e fiscalizar os próximos documentos de vínculos empregatícios. Além deste, também registraram-se problemas semelhantes em Santo Ângelo, Cruz Alta e Santana do Livramento, entre outros. Todos os casos foram acompanhados de perto pelas equipes especializadas da entidade.
Fim da Violência contra médicos
Casos de violência verbal, manifestações caluniosas e ataques a médicos, em meio à tensão ocasionada pela pandemia do coronavírus, atingiram também os profissionais que atuam no interior. Sendo assim, o Simers toma todas as medidas cabíveis contra os agressores e em prol da segurança da categoria no exercício da profissão.
Em Pelotas, uma médica obstetra foi agredida pelo marido de uma parturiente. Neste caso, a entidade encaminhou uma série de ofícios para diversos órgãos, com demandas específicas. Foram enviados pedidos para: Prefeitura Municipal, Ministério Público do Trabalho, Ministério da Saúde, governo do Estado, Polícia Federal, Reitoria da UFPel e EBSERH. No âmbito político, contatou a prefeita Paula Mascarenhas e secretária municipal de Saúde, Roberta Paganini.
A entidade também interveio no episódio que envolveu o secretário de Saúde, Fazenda e Educação de Cerro Grande do Sul e um médico da rede de atenção básica em saúde. Na oportunidade, o Simers agiu na defesa das condições, valorização e proteção à categoria. “Esta situação fere a dignidade de todos os profissionais que defendem a saúde de forma incansável, principalmente neste momento de gravidade da pandemia de covid-19, quando há forte mobilização pela união de forças em benefício da preservação do atendimento adequado à população”.
Diante destes e de outros casos, a entidade criou a campanha Violência Não!, por meio da qual intensifica a sua atuação e disponibiliza um Canal de Denúncias (denuncia@simers.org.br) para que profissionais e interessados possam registrar casos e situações com foco no encaminhamento das providências cabíveis às soluções, defesas ou esclarecimentos.

Sobre o grupo de trabalho
Gerenciada pela diretora-geral da entidade, Alessandra Felicetti, a Diretoria de Interior do Simers se divide da seguinte forma: o diretor Jefferson Boeira, que tem experiência em Medicina de Emergência e Gestão Hospitalar, é encarregado pelos municípios que compõem a Região Metropolitana e o Litoral Norte. São de responsabilidade do diretor Willian Adami, especialista em Acupuntura, as pautas do Centro/Norte. Ficam com a diretora Sabine Chedid, especialista em Medicina Interna e Medicina do Trabalho, os assuntos das regiões Norte/Leste. Com o diretor Danilo Soares, cujas especialidades são Ortopedia e Traumatologia, estão os municípios da Fronteira Oeste. E com a diretora Daniela Alba, das áreas de Ginecologia e Obstetrícia, estão as cidades do Sul do Estado.
O grupo de trabalho conta ainda com o suporte da Assessoria Jurídica comandada pelo gerente Auro Ruschel. Pela região Noroeste, atua o advogado José Antônio Carrazzoni dos Reis Junior. Na região Sul, Leonardo Cavalheiro Morais. A Fronteira é incombência da advogada Luciana Angélica Hentoux Lazzari, e a região Norte/Leste, do advogado Rafael Souza Andrade.
Também participam da equipe os assessores políticos do Simers, coordenada por Carolina Gargaro. O assessor político Leandro Melo é responsável pelos municípios do Sul e Norte/Leste. Lizi Gabrielli Nunes cuida dos assuntos da Fronteira Oeste e Centro/Norte, enquanto Andreia Simone D’Avila acompanha as pautas da Região Metropolitana.